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Briga pelo planalto ainda não influencia a corrida pelo legislativo, dizem especialistas

A polarização política no país em 2022 não necessariamente vai influenciar o voto em candidatos ao Congresso Nacional. O conteúdo programático limitado no caso do pleito majoritário pode favorecer temas abrangentes na corrida ao Legislativo. Na avaliação de especialistas, o cenário de 2018, influenciado pela pauta “lavajatista, não se deve repetir no ano que vem. O doutor em ciência política pela Universidade de Brasília (UNB), Leonardo Barreto, aponta que a diversidade do Congresso obriga os candidatos a fugirem da polarização. “Acho que os deputados e senadores se esforçam em achar um outro caminho. O debate sobre a terceira via, inclusive, vem muito nesse sentido. Primeiro porque o presidente Bolsonaro se encontra com dificuldades de popularidade e segundo, o presidente Lula tem a base localizada à esquerda. Então isso traz um monte de parlamentares para o Centrão, um monte de parlamentares que se encontram sem porto. A polarização hoje é mais um desafio do que uma oportunidade para as eleições dos parlamentares”, avalia o cientista político. Para Leonardo Barreto, a pauta anticorrupção, que marcou as eleições de 2018, perdeu força.

Já o cientista político Rubens Figueiredo acha que o congresso está distante da realidade nacional independente da polarização. “A impressão que se tem é que o Congresso Nacional vive fora da realidade. Eles não estão inseridos no contexto brasileiro. Para se ter uma ideia, a Câmara gastou uma energia monumental pra aprovar um código eleitoral, que na lista de prioridades do Brasil deve estar lá para décimo nono, décimo oitavo, lugar”, aponta. Rubens Figueiredo acrescenta que as reformas estruturais como tributária e administrativa deveriam estar na ordem do dia. Há pouco mais de um ano da eleição, os partidos se articulam já de olho no pleito de 2022. O Democratas e o PSL ensaiam uma fusão que pode abranger 81 deputados, formando a maior bancada federal. A união de siglas também teria influência na corrida eleitoral do ano que vem.

*Com informações da repórter Karla Sanches

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