Zona Sul

Periferia tem as piores calçadas da cidade de SP, aponta pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole, da USP


Brasilândia, na Zona Norte, e três bairros da Zona Leste – Guaianases, Cidade Tiradentes e Sapopemba – possuem calçadas mais apertadas e irregulares, aponta levantamento. Funcionário da Prefeitura de São Paulo realiza obra de zeladoria em calçada na região da Lapa, Zona Oeste da capital.
Adeleke Anthony Fote/Estadão Conteúdo
Uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos da Metrópole, da Universidade de São Paulo (USP), mostra que as periferias da cidade de São Paulo têm as piores calçadas da cidade inteira.
De acordo com um decreto municipal de 2020, as calçadas da cidade devem ter 1,2 metro de faixa livre para as pessoas caminharem e mais 70 centímetros de faixa de serviço, que é o espaço para vegetação, postes, placas de sinalização, bancos, lixeiras, etc. Mas, na prática, segundo o levantamento realizado pelos pesquisadores, isso não ocorre.
Os piores caminhos a pé, com as calçadas mais apertadas, estão na Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo e em três bairros da Zona Leste da capital: Guaianases, Cidade Tiradentes e Sapopemba.
As regiões que têm as calçadas mais largas e melhores ficam na Mooca, Lapa, Pinheiros, Vila Mariana e no Centro da cidade.
Para a pesquisadora Bruna Pizzol, do Centro de Estudos da Metrópole, a população de baixa renda usa muito mais as calçadas para chegar até o transporte público. Segundo ela, há falta investimento na periferia.
“De fato, há algumas avenidas principais da periferia em que a prefeitura investe, mas quando você analisa as vias coletoras e locais, que são as vias que entram nos
bairros, as vias menores, normalmente a prefeitura investe menos nessas vias, que não são as principais”, diz ela.
“Identificamos que as zonas Centro e Oeste foram as que tiveram maior volume de investimento por residente enquanto as demais teve um volume menor”, afirma a pesquisadora.
“Eu acho que isso é preocupante justamente porque no Centro há também um alto volume de deslocamentos a pé, mas, relativamente, você tem mais deslocamentos na periferia. Toda a cidade tem que ser tratada de uma forma igualitária”, afirma ela.
A Prefeitura de São Paulo informou que, até dezembro de 2020, reformou mais de 1 milhão e 600 mil metros quadrados de calçadas em toda a cidade, a maior parte na zona Leste, e que também foram construídas 4 mil rampas de acesso na cidade para facilitar o deslocamento.
Para denúncias sobre calçadas irregulares, a população pode usar o número 156 de telefone da Prefeitura.

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