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Veja cronograma e prazos para construção do Trem Intercidades, que ligará SP e Campinas

Se não houver atrasos, obras do TIC e TIM devem começar em 2025 e a operação dos primeiros trens em 2029.

O Governo de São Paulo deve assinar nesta segunda-feira (3) o contrato de concessão com o consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos, vencedor do leilão de construção e operação do Trem Intercidades (TIC – Eixo Norte), entre a capital e Campinas (SP).

A implantação do Trem Intermetropolitano (TIM): linha que vai atender passageiros em Jundiaí (SP) e Campinas, passando por Louveira (SP), Vinhedo (SP) e Valinhos (SP).
A operação da linha 7-Rubi: ramal privatizado da CPTM que liga a Barra Funda, em São Paulo, a Jundiaí.

Apesar da assinatura do contrato nesta segunda, o início das operações, modernizações e obras não é imediato. Veja cronograma operacional a partir de hoje, conforme previsto no edital de licitação:

Dezembro de 2024: início da fase de pré-obra (desapropriações, licenças e projetos) do TIC e do TIM
Dezembro de 2024: início da transição com a CPTM da linha 7-Rubi
Dezembro de 2025: início da concessão com a operação da linha 7-Rubi
Junho de 2025: início das obras do TIC e TIM
Junho de 2029: início da operação do TIM, entre Jundiaí e Campinas
Junho de 2031: início da operação do TIC expresso entre São Paulo e Campinas

Funcionamento dos trens e preços
Trem Intercidades (São Paulo – Campinas)

Trajeto: Barra Funda – Campinas
Tempo de trajeto: 1 hora e 4 minutos
Velocidade do trem: até 140 km/h
Capacidade: 860 passageiros por viagem
Preço da passagem (previsão): R$ 64,00
Trem Intermetropolitano (Jundiaí – Campinas)

Trajeto: Jundiaí – Campinas
Tempo de trajeto: 33 minutos
Velocidade do trem: entre 44 km/h e 80 km/h (média)
Capacidade: 2.048 passageiros por viagem
Preço da passagem (previsão): R$ 14,05

Na última quarta-feira (29), durante evento em Campinas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) assinou a autorização para a assinatura de contrato. A cerimônia contou com a presença de representantes do consórcio vencedor do leilão, composto por:

CRRC Hong Kong: empresa chinesa construtora de trens que tem 40% do consórcio.
Comporte: grupo brasileiro, pertencente à família Constantino, que administra empresas de ônibus, o metrô de Belo Horizonte (MG) e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da baixada santista. A holding tem 60% do consórcio.
O consórcio foi o único a apresentar proposta e ser declarado vencedor do leilão. O presidente da CRRC, Sun Yongcai, e o cônsul geral da China em São Paulo, Yu Peng, também estiveram no evento na quarta e discursaram.

Quem é quem no consórcio?

Responsável por 60% do Consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos, a brasileira Comporte controla dezenas de empresas no ramo de transporte, tanto de passageiros quanto de carga. Pertence à família Constantino, que fundou a Gol.

José Efraim Neves, diretor do consórcio, destacou que que o grupo brasileiro atua no ramo de mobilidade, e que está ampliando o portfólio sobre trilhos. Em 2023, a Comporte assumiu a operação do metrô de Belo Horizonte (MG).

Com 40% do consórcio vencedor do leilão, a chinesa CRRC é um dos líderes mundiais na comercialização de equipamentos ferroviários, exportando para “mais de 100 países e regiões do mundo”.

Já forneceu trens para o Metro Rio e Supervia, concessionárias de transporte do Estado do Rio de Janeiro. Formada em 2015 após a fusão de outras duas companhias chinesas, tem sede em Pequim, faturamento anual de vendas de US$ 37,8 bilhões e reúne 180 mil funcionários em 46 subsidiárias.

A CRRC destaca que atua em toda a cadeia, de projeto e desenvolvimento, passando por venda, reparos e fabricação, inclusive, locomotivas de alta velocidade – em 2010, produziu um modelo que atinge até 380 km/h.

Histórico do projeto
O Trem Intercidades é discutido pelo governo de São Paulo pelo menos desde 2013, quando foi anunciado para 2014 o prazo para publicação do edital que previa uma Parceria Pública Privada (PPP) para ligar a capital tanto ao interior quando à Baixada Santista.

À época, a proposta previa 430 km de extensão, com início por Campinas, mas teria dois eixos, um indo de Americana até o litoral, e outro entre Sorocaba e Taubaté. O projeto chegou a ser usado, em 2014, como promessa em campanha de reeleição de Geraldo Alckmin ao governo do estado.

Quatro anos depois, o então candidato ao governo de São Paulo, João Doria, garantiu que iria, se eleito, tocar o projeto do antecessor, ainda com previsão de ligação entre Americana e a capital, em uma PPP sem uso de dinheiro público na implantação.

A discussão pelo Trem Intercidades ganhou um novo personagem quando, em dezembro de 2018, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) defendeu o prolongamento do sistema até Limeira (SP), por entender que o trecho poderia acrescentar um movimento maior ao transporte por trilhos.

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